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Contrato terapêutico: como elaborar?

Você, psicólogo, já teve dúvidas sobre o que deveria incluir no seu contrato terapêutico?

Se sua resposta foi sim, bem-vindo ao mundo "normal". Talvez seu contrato precise ser visto e revisto ao longo de toda a sua prática clínica, já que ele está diretamente ligado às condições presentes de trabalho. Portanto, não há nenhuma fórmula mágica ou um modelo atemporal de contrato a ser seguido, mas sim questionamentos importantes sobre o que não pode faltar no seu contrato terapêutico.

Vamos começar?


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Tempo de duração da terapia

O tempo de duração da terapia vai variar de acordo com a sua abordagem e do tipo de trabalho que você realiza. Mas, com ou sem prazo para finalizar, o cliente precisa saber claramente o que está contratando.

Portanto, se você oferece um serviço com prazo determinado, esclareça isso em seu contrato. Já se a forma que você atua não permite definir prazos específicos, comunique isso ao seu cliente e justifique.

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Frequência e duração da sessão

É importante ser claro quanto à frequência dos atendimentos. Será quinzenal, uma, duas ou mais vezes por semana? Esclarecer também se essa frequência pode ou não mudar de acordo com o andamento da psicoterapia.

E o tempo de duração da sessão? Você atende em 30, 40, 50 minutos? Deixe claro em seu contrato para minimizar possíveis problemas com atrasos e compensações.


Atrasos, faltas e remarcações

Você já parou pra pensar que a forma como se posiciona em relação a esses três itens pode interferir nos seus rendimentos e na sua estabilidade financeira?

Pois é! Se o cliente sempre atrasa e você repõe o tempo, o horário disponibilizado para aquele atendimento acaba sendo maior do que o combinado; se o cliente falta com frequência e não paga pela sessão, você ficará com um "buraco" em sua agenda, sem poder atender outro cliente no lugar - já que a maioria dos atendimentos tem frequência regular; se o cliente pede para remarcar semana sim, semana não, você terá que fazer malabarismos e sua agenda ficará uma pequena-grande bagunça! Em todos esses casos seu rendimento será menor do que se ele se comprometesse com o horário estipulado por vocês dois.

É claro que precisamos levar em conta os aspectos emocionais dos atrasos e faltas dos nossos clientes e isso precisa ser trabalhado ao longo processo terapêutico. Porém, sua remuneração não pode estar exclusivamente atrelada às nuances emocionais dos atendimentos.

Essa é a sua fonte de renda, esse é o seu trabalho!

O que percebi, ao longo dos meus 8 anos de experiência clínica, é que estava oferecendo ao meu cliente um dentre os horários que decidi disponibilizar para os atendimentos e, portanto, ao contratar meus serviços, o cliente está assumindo a responsabilidade por esse horário reservado.

Então cabe a você definir e deixar claro:

- Compensará ou não os atrasos? E quando você se atrasar?

- O que entende por falta? Você cobrará pelas faltas? Qual o limite mensal de faltas sem cobrança?

- Você permite remarcação das sessões? Qual o tempo de aviso prévio para que você organize a sua agenda? Quantas sessões o seu cliente pode remarcar por mês?


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Valor e formas de pagamento

Muitos psicólogos não se sentem seguros o suficiente para falar sobre valor e formas de pagamento com seus clientes. Mas você lembra que essa é a sua fonte de renda e o seu trabalho? O que pode acontecer se esse item não estiver claro no seu contrato terapêutico?

Vamos fazer um breve exercício:

Alguma vez, ao perguntar o valor de uma consulta médica, ou da mensalidade da academia, de uma calça jeans que você gostou, ou mesmo do sanduíche de uma rede de fast food, você recebeu como resposta "Depende senhor(a), pague quanto e como quiser?". Improvável, né?

A verdade é que você até pode escolher se vai ou não flexibilizar seu preço e forma de pagamento. Mas essa não pode ser uma decisão baseada na sua dificuldade de estabelecer seu valor e de cobrar por seus serviços.

Então cabe a você se perguntar:

- Qual o valor da sua sessão ou do seu pacote de sessões?

- Você flexibiliza esse valor? Quais as condições para isso?

- Como você prefere receber? Por sessão? Por mês? Que dia do mês?

- Quais as formas de pagamento que você aceita? Dinheiro? Transferência/depósito bancário? Cheque? Cartão?


Sigilo Terapêutico

É óbvio para você, mas algumas pessoas que procuram a psicoterapia não sabem que temos o dever legal de manter o conteúdo das sessões em sigilo terapêutico. Portanto, pode ser interessante aproveitar o momento do contrato para esclarecer essa informação ao cliente.​​


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Por fim, deixe o espaço para datar e assinar o contrato. Fique com sua via e entregue a do cliente para que ele possa rever o contrato todas as vezes que tiver dúvidas a respeito do que vocês acordaram.

Nunca esqueça de colocar o seu CRP e carimbar!

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